Alexandre Schwarzbold

Infecção hospitalar

No mês que se comemora, precisamente no dia 15 de maio, o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, é fundamental lembrar que a incidência no Brasil das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) – termo atual mais adequado que descreve aquelas infecções adquiridas após a entrada dos pacientes nas unidades hospitalares ou procedimentos realizados nelas – é quase três vezes maior que a preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 
De acordo com a OMS em países de baixa e média renda per capita, 15 em cada 100 pacientes admitidos em hospitais de atendimento emergencial terão pelo menos uma infecção hospitalar durante a internação. Em média, 1 em cada 10 pessoas acometidas irá a óbito. Os dados são do primeiro relatório da OMS sobre prevenção e controle de infecções, publicado em maio de 2022 como fruto da análise de publicações científicas e diversos informes oficiais.


Prevenção e controle de IRAS

O impacto das IRAS é um grave problema de saúde global. A OMS indica que, a cada ano, morrem 24% de todos os pacientes com sepse de origem hospitalar, percentual que sobe para 50% entre os infectados durante o tratamento nas Unidades de Tratamento Intensivo.


A situação brasileira é crítica por causa da elevada resistência bacteriana, apresentamos bactérias com perfil de resistência alta, principalmente pelo uso excessivo e inadequado de antibióticos. E o número de mortes de pacientes por IRAS é duas a três vezes maior quando os patógenos são resistentes a antimicrobianos, segundo dados da OMS.

 
Os principais desafios em relação às IRAS são melhorias na qualidade da assistência, tanto no setor privado como no público, a adoção de procedimentos operacionais, a diminuição do uso indiscriminado de antibióticos, a instituição de laboratórios de microbiologia bem equipados e a adesão à higienização das mãos nas instituições são ações para lidar com o problema.


Uma vacina para o vírus Sincicial Respiratório (VSR)

Todos os anos, o vírus sincicial respiratório é responsável por até 100 mil hospitalizações e 10 mil mortes entre idosos nos EUA, de acordo com a FDA- órgão de regulação de medicamentos americano. No Brasil não temos dados precisos, mas tudo indica que deva se aproximar desse número. Esse está entre os 3 principais vírus respiratórios todo ano durante o período do outono-inverno. Idosos com doenças subjacentes – como diabetes, outras doenças que prejudicam o sistema imunitário, doenças pulmonares ou cardíacas – correm alto risco de contrair a forma grave da doença.

 
A boa notícia é que a FDA aprovou a primeira vacina contra o vírus sincicial respiratório conforme anunciado pela agência em 3 de maio. É a primeira vacina contra o VSR do mundo para adultos com 60 anos ou mais. Esperamos que em breve ele venha para o nosso país.

O centro de pesquisa da UFSM testou recentemente vacina semelhante para o mesmo vírus e voltado à proteção dos bebês. Esse é o principal agente da bronquiolite nas crianças, e costuma lotar nossas emergências pediátricas no inverno.


Covid-19 e o fim da emergência sanitária global

Esse mês também tivemos o anuncio pela OMS do fim da emergência sanitária global. Isso é uma sinalização de mudança epidemiológica, mas não de término da epidemia.


A covid-19 veio para ficar e os países precisam se preparar para lidar com ela de forma contínua e integrada. Essa é uma das principais mensagens do novo Plano Estratégico de Preparação e Resposta à doença, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


Embasada em dados que mostram o avanço expressivo da imunização e a redução global no número de casos, a OMS apresenta um guia para a transição da fase de emergência para um cenário de resposta contínua e de longo prazo contra as infecções pelo SARS-CoV-2.


Apesar dos avanços em relação à situação global da Covid-19, o documento deixa claro que a doença ainda representa um grande desafio que abrange fortes desigualdades regionais e populacionais e possíveis consequências de longo prazo com dimensões incertas até o momento.


Tempo de saúde livre de doenças crônicas

​Na próxima coluna falarei mais sobre recente relatório da Associação Americana de Cardiologia que avaliou o impacto de uma métrica na expectativa de vida livre de doenças crônicas. Resultados interessantes para um estilo de vida saudável.

Por hora, minha nova recomendação de livro muito relacionado ao tema: Outlive – The science e art of longevity, de Peter Attia. Em livre tradução “Viver mais: a ciência e a arte da longevidade”.

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